Queimando Emoções
Um conto perdido das páginas de um livro, caído na lareira, levado e queimado.
Chora triste suas cinzas com as lágrimas apagadas.
Uma sirene toca nas palavras que restaram do livro.
Uma corrente de presságios se alastraram feitos pergaminhos do tempo.
Esquisitos os lares sem poesias onde almas sem contos são apodrecidos sem fantasias.
Beleza pura e imaginativa é olhar para o fogo que se alastra, sentindo a queimada como canções de um galho gritante com a brasa aquecendo a sua casca.
Uma praga se instalou no livro. Comeu parte da minha história. O conto ficou parado. As linhas forradas e eu, aquecido, embriagado, voraz me tornei.
Dei um grito de protesto nas encostas dos subterrâneos. Um tremendo frio me revoltou! Faço parte da história dos homens sem ninguém me permitir.
Só fui… voltei. Um rojão e engajado num vulto com luz, sou o Galileu que escreve com a mão esquerda empalhada por nós e com a direita coberta de mensagens, vozes do além.
Um suburbano e caipira soltando faíscas nas lareiras de quem me conta uma história sorrindo nas vozes de quem traz a felicidade consigo.
Berenice Bellato, 11 de novembro de 2019 – Canalização: Galileu dos Sons.